Dia 26 de julho participei da 4ª FIBoPS (Feira Internacional para Intercâmbio das Boas Práticas Socioambientais) com uma palestra sobre alimentação saudável e ambientalmente correta.
Pela primeira vez a Feira enfatizou as experiências bem sucedidas dos alimentos orgânicos, tendo cuidado inclusive com o que seria servido na praça de alimentação, alcançando 95% de produtos ecologicamente corretos. Trabalho valoroso de Geovah Cabral e Luiz Henrique Matuguma da Cacauí Eventos Sustentáveis.
Fiquei muito feliz em participar dessa edição da Feira e de receber leitores aqui do Coletivo Verde, entre eles uma moça que fez a comparação entre alimentos convencionais e orgânicos, proposta no post A força dos alimentos orgânicos – Faça o teste em sua casa!. Seu encantamento pelos resultados e sua determinação por alimentos mais puros foi muito gratificante.
Relação entre Alimentação Saudável e Meio Ambiente
Para mim é muito clara a relação entre alimentação saudável e meio ambiente, já que a produção agrícola interfere na saúde dos seres humanos, do solo, dos rios, dos animais, do planeta enfim.
Desde 1972, a produção crescente de alimentos é o principal fator de pressão sobre os recursos da terra. O fracasso das políticas e práticas agrícolas inadequadas contribuem para uma maior pressão sobre a terra. Por exemplo, o uso excessivo de fertilizantes e outros produtos químicos contribui para a degradação do solo e a poluição da água. Entre 1972 e 1988, o uso global de fertilizantes aumentou para uma média anual de 3,5%, ou mais de 4 milhões de toneladas por ano (FAO, 2001).
Os pesticidas continuam a ser usados de forma indiscriminada (às vezes ilegalmente) em alguns lugares e descartados com negligência. Um estudo publicado pela FAO em países da África e do Oriente relatou estoques de pesticidas indesejados ou proibidos que perfaziam um total de mais de 16.500 toneladas. Para um relatório mais completo acesse este documento.
Mas ainda encontro pessoas com dificuldade em entender isso, talvez porque seja simples demais. O ato de se alimentar é diário, pelo menos 3 vezes ao dia. Portanto eu posso interferir na saúde do planeta, diariamente, várias vezes. Simples e eficaz.
A terrível prática de terceirizar a responsabilidade
Como o assunto da feira era sustentabilidade e boas práticas sócioambientais coloquei em discussão o que considero um dos maiores problemas da atualidade – A terceirização. Terceirizamos tudo, parece que não fazemos parte desse todo chamado Planeta.
“Não faço reciclagem em casa porque o Síndico do meu prédio não se mexe… A professora do meu filho não educa, veja nem ensina a ele como usar os talheres …. É difícil mudar hábitos alimentares, estou acostumado a comer salgadinhos e tomar refrigerantes, cozinhar nem pensar, é chato…” Pessoas assim falam em sustentabilidade. Levantam bandeiras se dizem ativistas do Meio Ambiente.
Terceirizar nossa alimentação é deixar essa responsabilidade para a empregada, o supermercado, a cantina da escola ou um restaurante que vende comida que é “a quilo”. Patrocinamos então a degradação do Meio Ambiente aceitando a Indústria de Agrotóxicos, ajudamos o Êxodo Rural e suas consequências, aprovamos envenenamento do Agricultor e suas famílias, engolimos os industrializados e seus aditivos químicos.
Pensar em sustentabilidade é ser sustentável em nossas atitudes mais comuns, aí sim poderemos pensar em energia sustentável, edifícios sustentáveis, cidades sustentáveis ou um mundo sustentável. Para sermos merecedores de tudo isso, precisamos primeiro ser cidadãos sustentáveis em nossas ações diárias.
A conclusão final de nosso bate papo foi que é chegada a hora de sairmos da zona de conforto e assumirmos que nossa própria sustentabilidade está em jogo. Atitudes tão simples como selecionar e preparar os alimentos contribuem de forma efetiva para a preservação do Mundo. Nossas escolhas fazem toda a diferença.
Comer corretamente é uma atitude sustentável e preserva o Meio Ambiente.
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